Assim como mais uma serva de Odin, aquelas que davam nova vida aos mortos e tinham suas armaduras tão reluzentes que eram capazes de fazer a ''aurora boreal'', esta dava nova vida aos sentimentos, tão nova e nem tão inocente ela costumava fugir de emoções ou algo que a fizesse simplesmente chorar, suas lágrimas não eram normais eram mais carregadas de sofrimento e dor do que a de outros e isso era sua maior proteção, mas também a pior, afinal ela era sua armadura.
A filha de Goll não aceitava de forma alguma a sua herança mal dada então, mais uma vez fugiu, até que algo, em algum ponto a fez parar e lá estava ele debaixo de uma árvore sentado, longe de tudo aquilo que a fazia sofrer.
Era um homem normal com olhos serenos e mãos delicadas, mas tinha uma coisa que a deixava diferente quando o olhava tinha vontade de se aproximar, afastou-se do medo e timidez e deixou que seus pés a levassem.
Quanto mais perto ficavam tremiam as emoções eram tão confusas que partes de pensamentos viraram frases e um motivo a mais para que não se afastassem, ele desenhava assim como ela (só que bem melhor) e talvez isso os fizeram balbuciar algumas palavras que fizessem sentido, e então eles se encantaram.
O criador de ilusões e a menina,
cada dia conversavam mais gostavam de se ver até que o destino interferiu e a mandou pra longe, tão longe quanto as lembranças que tão irresistiveis a fizeram voltar e então o encontrou no mesmo lugar e se abraçaram como velhos amigos (talvez apaixonados).
Ele sabia dos segredos que ela escondia e era hora de contar os seus, ele veio de longe pra lá das antigas terras onde as folhas não tocavam o chão, lá ele se apaixonou pela rainha branca e com a bela mulher branca de olhos verdes ele teve um filho. E por egoísmo daquele coração frio ele teve que ir embora e deixar sua preciosidade para tráz, por isso desenhava era uma forma de perpetuar os amores e as desilusões, e era tudo tão confuso pra cabeça dela que tantos segredos a fizeram silenciar e aprender a escutar, entendeu que fugir não era a melhor solução quando tantos são forçados a ir.
Por fora o silêncio e por dentro emoções que a fizeram chorar, só que a agora não de dor, de um sentimento novo que nem ela entendia, era tão bom que tinha gosto de algodão doce. Assim juntos descobriram que existem pessoas diferentes, mas exatamente por isso o desejo de ficarem juntos é tão intenso e qualquer um que olhasse aquela luz colorida no meio das árvores entenderia que seu poder era maior do que qualquer armadura.
... Se chamava amor...
História escrita por J. e Anitta